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Como a Marca Própria Ajuda os Varejistas de Supermercado a Navegar pelas Leis Tarifárias

6 TEMPO DE LEITURA

A produção de alimentos e bebidas é uma das forças do Brasil na economia global. O país ocupa a 31ª posição entre os maiores exportadores do mundo, segundo a OCDE.

Segundo a Engenharia Adequada, o setor industrial é responsável por mais de 22% dos empregos formais, e mais da metade dos empregos industriais estão na indústria de transformação. Com isso, podemos dizer que ela, sozinha, responde por 11,3% do PIB brasileiro.

Após o ex-presidente Donald Trump impor a tarifa de 50% sobre importações do Brasil, essa indústria extensa agora se prepara para mudanças significativas e tarifas substanciais sobre importações do Brasil.

Para varejistas de alimentos com marcas próprias, que geralmente operam com margens mais apertadas e dependem fortemente de cadeias de suprimentos internacionais (especialmente voltadas ao mercado dos EUA), essas tarifas representam tanto uma ameaça imediata quanto um ponto de inflexão estratégico.

A forma como a indústria de supermercados brasileira responderá nos próximos meses pode determinar quais marcas fortalecerão sua posição no mercado e quais terão dificuldades para manter a lucratividade.

As Tarifas: O Que Está Realmente Mudando?

As tarifas recentes de 50% impostas pelos EUA sobre importações brasileiras marcam uma mudança significativa na política comercial norte‑americana.

Essas tarifas afetariam uma ampla gama de importações relacionadas a alimentos, incluindo (segundo a Folha de São Paulo):

  • Produtos frescos: café, suco de laranja. O Brasil fornece cerca de 65% a 70% do suco de laranja consumido nos EUA e 20% a 30% do café.
  • Fontes de proteína: carne bovina. O Brasil é o principal fornecedor dos EUA.
  • Grãos e ingredientes: açúcar (12% das importações dos EUA), soja etc.
  • Outros itens afetados: aço e outros insumos ligados ao agronegócio.

Para os fabricantes de marcas próprias de supermercados, essas mudanças são particularmente relevantes.

Ao contrário das marcas nacionais, que possuem maior capital, os produtores de marcas próprias geralmente operam com equipes mais enxutas e margens mais apertadas, o que os torna mais vulneráveis a aumentos repentinos de custos e interrupções na cadeia de suprimentos.

Como as Tarifas Vão Redesenhar o Cenário das Marcas Próprias em Supermercados

O impacto mais imediato será sentido nos balanços financeiros.

Com os custos de ingredientes potencialmente aumentando 50% da noite para o dia em certos itens (café, suco de laranja, carne bovina), as marcas próprias enfrentam decisões difíceis que podem afetar seus resultados de diversas formas .

  • Repasse de custos aos consumidores: Aumentar os preços de varejo corre o risco de perder a vantagem de preço da qual muitas marcas próprias dependem para se posicionar no mercado
  • Absorver os custos: Apertar ainda mais margens já estreitas pode ameaçar a viabilidade a longo prazo
  • Implementar “reduflação”: Reduzir o tamanho dos produtos mantendo os preços pode ajudar no curto prazo, mas corre o risco de gerar rejeição por parte dos consumidores
  • Reformular produtos: Substituir ingredientes pode manter os preços, mas possivelmente comprometer a qualidade

Curiosamente, essa disrupção pode criar vantagens inesperadas para algumas marcas próprias.

Se marcas nacionais implementarem aumentos substanciais de preço em resposta às tarifas, marcas próprias que conseguirem manter pequenas diferenças de valor podem, na verdade, ganhar participação de mercado à medida que consumidores sensíveis a preço busquem alternativas mais baratas.

Vulnerabilidades na Cadeia de Suprimentos Expostas

Além dos impactos imediatos de custo, essas tarifas vão expor vulnerabilidades em cadeias de suprimento que foram otimizadas para eficiência, e não para resiliência.

  • Sistemas de inventário just‑in‑time: Antes considerados boas práticas, esses sistemas deixam pouca margem para disrupções
  • Diversificação limitada de fornecedores: Muitos fabricantes de marca própria consolidaram fornecedores para maximizar descontos por volume
  • Dependências sazonais: Especialmente para ingredientes como café e suco de laranja, com origem majoritária no Brasil durante o ano todo

Já vemos alguns fabricantes reagirem estocando ingredientes-chave, como grãos de café e suco de laranja.

No entanto, essa estratégia tem limitações: custos de armazenamento, validade dos produtos e restrições de capital representam desafios, especialmente para produtores de marcas próprias menores.

Mudanças no Comportamento do Consumidor Criam Novas Oportunidades

Pressões econômicas geralmente levam os consumidores a optarem por marcas próprias, e a inflação induzida por tarifas pode acelerar essa tendência.

Uma pesquisa Quaest/Genial divulgada em 16 de julho de 2025 revelou que 66% dos brasileiros estão cientes da tarifa de 50% imposta pelos EUA. Ou seja, eles já estão se preparando para o possível impacto da tarifa.

Para os varejistas, isso representa uma oportunidade de fortalecer seus programas de marca própria por meio de:

  • Destaque para produtos “Feitos no Brasil”: Produtos com origem doméstica podem se tornar relativamente mais competitivos frente à tarifa de 50% sobre importados.
  • Introdução de ofertas segmentadas: Criar opções “bom‑melhor‑ótimo” dentro do portfólio de marcas próprias, replicando tendências globais em mercados mais maduros.
  • Usar marcas próprias como proteção contra inflação: Posicionar marcas da loja como alternativas inteligentes para consumidores com orçamento limitado, especialmente em um momento em que tarifas elevadas pressionam os preços.

Para fabricantes de alimentos que produzem tanto marcas próprias quanto marcas nacionais, esse cenário exige uma gestão cuidadosa do portfólio para evitar canibalizar suas próprias marcas.

Abordagens Estratégicas para o Sucesso das Marcas Próprias Diante das Tarifas

Fabricantes de marcas próprias que são ágeis e dinâmicos já estão revisando suas estratégias de desenvolvimento de produtos.

Embora não exista uma solução única, aqui estão algumas estratégias que marcas próprias estão adotando para compensar os efeitos das tarifas:

  • Otimização de ingredientes: Identificação de ingredientes importados não essenciais que podem ser reformulados com alternativas nacionais
  • Posicionamento estratégico de preços: Análise criteriosa da elasticidade de preço entre categorias para determinar onde os custos podem ser repassados ou absorvidos
  • Contratos de longo prazo: Negociação de acordos de preços estendidos com parceiros varejistas para suavizar o impacto da implementação das tarifas
  • Inovação em embalagens: Exploração de soluções alternativas de embalagem que reduzam a dependência de materiais afetados por tarifas

Um fabricante de marca própria de vegetais enlatados, por exemplo, pode considerar trabalhar com agricultores locais para ampliar a área plantada de certas culturas anteriormente importadas do México, antecipando tanto os custos mais altos quanto possíveis interrupções no fornecimento.

Reimaginando Estratégias de Cadeia de Suprimentos

Fabricantes de marcas próprias com visão de futuro estão usando essa disrupção como um catalisador para transformação e gestão da cadeia de suprimentos (em inglês).

  • Diversificação geográfica: Explorar regiões alternativas de fornecimento fora dos EUA que não estejam sujeitas às mesmas tarifas
  • Integração vertical: Considerar investimentos estratégicos em capacidades de produção ou processamento a montante no Brasil
  • Nearshoring de certas operações: Mover parte da produção para mais perto dos mercados finais brasileiros quando viável
    Gestão de estoques de segurança: Desenvolver modelos de inventário mais sofisticados que equilibrem mitigação de riscos com eficiência de capital

Um produtor de marca própria de uma grande rede varejista já começou a desenvolver estoques de ingredientes-chave locais, como peixes congelados, após compradores nos EUA suspenderem pedidos por conta da tarifa de 50% que entra em vigor em agosto.

Não para substituir completamente suas cadeias de exportação — ainda muito baseadas nos EUA —, mas para criar opções e poder de barganha nas negociações.

Se o cenário tarifário mudar em breve, a organização terá agora alternativas de fornecimento e flexibilidade que antes não possuía.

Aproveitando a Tecnologia para Navegar na Complexidade

Os fabricantes de marca própria mais resilientes vão usar a tecnologia para enfrentar esses desafios:

  • Modelagem digital em gêmeo: Criar representações virtuais das cadeias de suprimentos para testar cenários e identificar vulnerabilidades
  • Previsão com IA: Utilizar análises avançadas para prever melhor a demanda e otimizar níveis de estoque
  • Blockchain para transparência: Implementar sistemas que proporcionem visibilidade de ponta a ponta nas cadeias de suprimentos
  • Gestão do ciclo de vida do produto (PLM): Usar softwares especializados para agilizar reformulações e acelerar o tempo de lançamento de produtos adaptados

Essas capacidades tecnológicas deixaram de ser luxuosas e estão se tornando requisitos básicos para empresas que precisam modelar rapidamente os impactos tarifários, testar formulações alternativas e gerenciar redes de fornecedores cada vez mais complexas.

Construindo Parcerias Mais Fortes com Varejistas

A relação entre fabricantes de marca própria e redes varejistas se torna ainda mais crítica em períodos de disrupção econômica:

  • Previsão colaborativa: Trabalhar juntos para antecipar mudanças na demanda e planejar a produção de forma adequada
  • Modelagem de custos transparente: Compartilhar o impacto real das tarifas para facilitar discussões de preços justas
  • Inovação conjunta: Cooperar no desenvolvimento de produtos que atendam às restrições de custo sem comprometer a qualidade
  • Acordos de compartilhamento de riscos: Desenvolver contratos que distribuam equitativamente os custos e riscos relacionados às tarifas

Fabricantes de marcas próprias que se posicionam como parceiros estratégicos dos varejistas, e não apenas fornecedores, estarão mais bem preparados para enfrentar esses tempos desafiadores.

Preparando-se para Novas Disrupções

É improvável que a situação tarifária permaneça estática.

O Brasil indicou possíveis retaliações, o que pode prolongar os efeitos para exportadores e complicar ainda mais as cadeias globais.

Para se preparar para mais mudanças, marcas de alimentos e bebidas podem:

  • Acompanhar de perto os desdobramentos políticos: Monitorar as negociações entre Brasil e EUA, além de potenciais retaliações
  • Avaliar vulnerabilidades a tarifas retaliatórias: Mapear exposições em categorias como carne, café e suco de laranja, que enfrentam tarifas de 50% a partir de 1º de agosto
  • Preparar planos de contingência: Formular estratégias alternativas para cenários adversos

Talvez o maior desafio seja a incerteza sobre quanto tempo essas tarifas permanecerão em vigor.

Alguns analistas preveem que possam durar anos, enquanto outros sugerem que elas serão usadas como poder de barganha temporário em negociações mais amplas .

Essa incerteza exige:

  • Planejamento de cenários: Desenvolver estratégias tanto para ambientes tarifários de curto quanto de longo prazo
  • Investimentos em fases: Priorizar ajustes na cadeia de suprimentos que gerem valor independentemente da duração das tarifas
  • Atuação política: Engajar-se com associações do setor e pressionar formuladores de políticas para mitigar o impacto

Preparando-se para um Cenário Competitivo Transformado

As pressões combinadas de tarifas, inflação e mudança no comportamento do consumidor provavelmente vão acelerar a consolidação no setor de fabricação de marcas próprias.

Empresas com balanços mais robustos e cadeias de suprimento mais resilientes estarão posicionadas para adquirir concorrentes em dificuldade ou ganhar participação de mercado.

Fabricantes com visão de futuro já estão:

  • Avaliando oportunidades de aquisição: Identificando alvos em potencial — especialmente empresas impactadas pelas tarifas — que possam se tornar disponíveis com avaliações atraentes
  • Fortalecendo capacidades centrais: Investindo em áreas de vantagem competitiva, como produção local ou logística
  • Racionalizando portfólios: Focando recursos nas categorias com melhores perspectivas, como produtos “Feitos no Brasil”, que têm menor impacto das tarifas

Adotando Agilidade em uma Era de Disrupção

Enquanto o papel e os efeitos das tarifas se desenrolam, o setor de alimentos de marca própria está em um ponto de inflexão.

O aumento de custos e taxas representa grandes desafios, sem dúvida, mas também cria oportunidades para empresas dispostas a transformar suas operações.

Aquelas que adotarem uma abordagem estratégica e proativa não apenas sobreviverão, mas poderão emergir mais fortes e competitivas.

Os fabricantes de alimentos de marca própria mais bem-sucedidos irão:

  • Adotar agilidade no desenvolvimento de produtos e no fornecimento
  • Construir redundância e flexibilidade em suas cadeias de suprimento
  • Utilizar tecnologia para gerenciar a complexidade e permitir respostas rápidas
  • Fortalecer parcerias em todo o seu ecossistema
  • Usar a disrupção como catalisador para transformação, e não apenas como um desafio a ser superado

Nesse cenário, contar com as ferramentas e sistemas certos se torna fundamental. Soluções modernas de gestão do ciclo de vida do produto (PLM) oferecem a visibilidade, os dados analíticos e as capacidades de colaboração necessárias para navegar com sucesso em disrupções relacionadas a tarifas.

Fabricantes de marcas próprias e os varejistas que atendem devem repensar como desenvolvem, fornecem e lançam produtos no mercado dentro deste novo contexto tarifário. Aqueles que o fizerem estarão posicionados para transformar ventos econômicos contrários em uma vantagem competitiva sustentável.

Incorpore Resiliência Tarifária à Sua Estratégia de Varejo Alimentar

Para marcas de alimentos e redes de varejo que buscam mais agilidade em suas operações de marca própria, a tecnologia será um habilitador essencial, ainda mais do que no passado.

O Centric PLM Software® fornece a base digital necessária para navegar com sucesso por disrupções tarifárias, desde modelagem de cenários e gestão de fornecedores até reformulação acelerada e análise de custos transparente. Nossas soluções especializadas para a indústria de alimentos e bebidas ajudam marcas e varejistas a responder rapidamente a condições de mercado em constante mudança, mantendo qualidade e lucratividade.

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